quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Abraço

Abraço.te e, o perfume vindo dos teus cabelos, fazem-me perder os sentidos que a vida tem.
Somos um só neste abraço de corpos juntos.
Somos pensamentos de nada que pensar.
Somente o abraço de um corpo só.
Somente um abraço.

terça-feira, 13 de agosto de 2019

Sorriso.

Como diz a canção se me pedes eu fico.

Fico para ver esse sorriso feito todo o teu rosto.

Para lá dos lábios ris.

Coisa rara. Ris sempre assim? Quero esse sorriso todos dias.

Abraça-me com esse sorriso,sempre.

Amiga do coração

Oiço, beijando-me aos ouvidos aquela voz única, rouca, ocupando todos os cantos da minha casa.

Tenho saudades de ter amiga.

Tem juízo oiço, sentindo as tuas mãos manobrando dedos que me afagam poucos cabelos deslizando pelo rosto e caindo qual trambolhão nas minhas junto ao colo.

Faz o que a tua consciência ditar: Já sei, olhando uns olhos falando, cúmplices de uma boca sorrindo palavras, que só amigos entendem, que estava certo na decisão tomada antes.

Achas que é a melhor opção?
Assaltam-me todas as dúvidas que me cabem na cabeça.

Tenho saudades de ter amiga, amiga do coração.

Sombras

Sombras de neblina sobem a serra,vindas de um mar hoje escondido de todos.

Abraçam-me num aperto arrepiante.

Quero sol.

Vou fugir para ti aquecendo-me na felicidade de te ver.






segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O ciume

Olhos ausentes, sorriso triste.
Sentimentos procurando outros fora daqui.
Dez tostões por esses pensamentos
Uma fortuna para não saber.
Fico com a dúvida
Assim não sofro tanto.

Amores, muitos

Encarnasses tu mil mulheres e seria
eternamente apaixonado por ti.


De um militante do P.A.I.G.C. poeta já falecido
Concordo contigo

Num dia em que caíram linguados do céu

Sentado numa cadeira de praia, comodamente instalado, mirando um horizonte azul que se perdia longe, quase tocando o fim do Mundo, Jorge esperava sem pressa, molhando os lábios num copo de vinho branco, saboreando cada gole, como se o tempo tivesse parado só para si.

Dias assim deveriam ser eternos, junto de quem se quer muito, pensava, molhando o corpo em água, parecendo importada de um qualquer clima tropical.

Um sol que queima devagar, quase pedindo licença para poder tocar os corpos, deixando-os dourados, num final de um dia mágico.

Olhando o céu com um azul, que só um rio como o seu podia rivalizar, observava uma luta violenta, trágica, de duas gaivotas, reclamando um linguado aterrorizado, antevendo um final de vida sem glória.

Jorge decide intervir.

Um grito forte assusta-as, o peixe cai junto aos seus pés. Pega nele como um Pai segura um filho pequeno.

Leva-o para a água lavando-o, e, proferindo palavras de encorajamento, deixa-o partir para uma vida que segundos antes parecia não ter futuro.

É assim o Jorge, coração bom, amigo dos animais.

O linguado não o vai esquecer. Talvez até, um dia, queira por ele ser saboreado.
E pode Jorge voltar a casa feliz por ter salvo uma vida mais.


Para o meu amigo Jorge Português que não quis assumir que o linguado deste conto acabou frito e devorado pela sua companheira Lúcia.